sábado, 20 de março de 2010

Portugália Franchisada

Sou do tempo em que a Portugália da Av. Almirante Reis era a única do país. Isto nos idos dos anos 80. Encostávamos aos balcão a beber imperiais, a comer tremoços e lá volta e meia uns croquetes e uma travessa de batatas fritas que regávamos com mostarda… e mais umas imperais. Mais tarde, nos idos de 90, com outra capacidade financeira, eram almoços e jantares de belo bife afogado no famoso molho de margarina que faz chorar o colesterol e apela ao cardiovasco.

No novo século veio o franchising e a Portugália chegou a outras paragens da cidade.

Não é que um destes dias que tive a infeliz ideia de ir ao pior centro comercial do país (o Colombo) e dei por mim sentado na Portugália.

Pois bem… recebi um bife que era um pedacito de carne de qualidade abaixo da média, as batatas fritas estavam frias, o ovo ressequido e o pior de tudo… a imperial sem gás. Até pedi um cartão de cliente, para apelar à memória dos idos de 80 e 90.

“Eu sei o que são Briquetes!” Leroy Merlin

Num Domingo de frio intenso acordei e cedo e fui até ao Leroy Merlin do Dolce Vita Tejo. O preço da lenha estava carote, a roubalheira do costume. Um saco de 10 Kg de azinho molhado por 3,50 euros (0,35 €/Kg). Mais vale atravessar a ponte 25 de Abril e comprar a 0,16 €/Kg. Mas estava à procura de briquetes (madeira prensada que tem um bom poder calorífico e que demora bastante a arder. Procurei, procurei e nada de briquetes. Parei e perguntei a um funcionário. Levou-me até o colega da secção. Nota importante: a maioria dos funcionários deste estabelecimento são bastante disponíveis, acompanham o cliente, informam-no e aconselham o produto mais adequado, sempre com muita simpatia e disponibilidade. Boa formação… continuem assim que o cliente agradece e volta!

Ora o nosso responsável pela secção quando questionado sobre a localização das ditas briquetes rematou:”Briquetes não temos. Mas tenho acendalhas”. Retorqui que não queria acendalhas. “Mas as acendalhas são grandes”. Pois, podem ser, mas queria era briquetes, as acendalhas não me servem. Um bocado incomodado com a minha recusa respondeu: “Eu sei o que são briquetes!”. Imagino que tenha uma ideia do que são. Só não sabe é a diferença porque não deve ter lareira. É que uma briquete arde durante quase 1 hora e as acendalhas desaparecem em poucos minutos. São parecidas na caixa mas a lareira mastiga-as de maneira diferente.

Entre o Melhor e o Maior

Para que se situem ficam a saber que sou morador em “Villa Patilha” um bairro simpático situado entre o MELHOR Centro Comercial da Europa e o MAIOR Centro Comercial da Europa.

Explicando… o MELHOR Centro Comercial da Europa é o Odivelas Parque. É o melhor porque tem pouca gente, lojas com pouca gente e um hipermercado com pouca gente. E depois tem outra vantagem, o parque de estacionamento é à borla e estaciono o carro em frente à escada rolante. Não tenho de ficar horas nas filas para comer e tenho montanhas de mesas vazias para me sentar a almoçar ou a jantar. Tantas que o meu cérebro fica baralhado sem saber onde abancar, obrigando-me a uma figura de Tóino de tabuleiro na mão. Um Centro assim só pode ser o melhor da Europa. Um luxo!

O MAIOR Centro Comercial da Europa é o Dolce Vita Tejo. Não sou aficionado deste, mas tem uma coisa boa. Não existe a chulice de pagar o parque de estacionamento como no Colombo (que fecha o triângulo das Bermudas comercial). Só vou ao Colombo quando a minha filha me obriga, mas considero-o o PIOR Centro Comercial do Mundo. Nem o Centro Comercial Falcão, na Pontinha, é tão mau.

Nestea Manga Ananás no Continente do Colombo

Em cada 10 tentativas que faço para comprar Nestea de Manga_Ananás no Continente do Colombo, apenas sou bem sucedido em uma, ou seja, 90% de insucesso.
Como sou consumidor inveterado desta bebida, acabo por optar fazer as minhas compras no Feira Nova do Odivelas Parque que normalmente tem sempre esta bebida. Portanto, por causa de uma deficiência de stock o Continente perde 250 euros mensais de compras. Uma ninharia para o Tio Belmiro. Uma ninharia se não houver outros consumidores como eu que não dispensam os seus produtos favoritos.

Voltarei ao Continente daqui a uns meses, mas não vou lá fazer as minhas compras tão cedo porque não há um dos produtos que mais prezo. E depois cerveja as outras coisas também há nos outros.

A diferença entre a Conforama e o Ikea

A Conforama e a Moviflor eram os principais fornecedores de móveis dos portugueses antes de chegar ao mercado nacional a cadeia sueca Ikea.

Hoje a Conforama e a Moviflor estão às moscas. Lojas repletas de moveis sem clientes. Superfícies de grandes dimensões sem capacidade de competir com a multinacional sueca.

Poderia enumerar aqui os muitos motivos que fazem a diferença. Vou situar-me apenas no atendimento. Depois de comprar um sofá no Ikea dirijo-me ao serviço de entregas para receber o kit do meu novo sofá de sala. Diz uma placa que a entrega não demora mais do que 12 minutos entre o pagamento e a recepção do sofá. Se passar este tempo oferecem-me 1 chachorro quente e uma bebida. Esperei 11 minutos e recebi um ticket de oferta do cachorro e da bebida. Estavam muitos outros clientes à minha frente, a loja do Ikea estava à pinha.

Segui para a Conforama para comprar uma poltrona. Tive de mendigar a atenção de uma empregada. Paguei e fui para a cave receber a minha poltrona nova. A sala de espera tinha um cliente à minha frente. Esperei 40 minutos para me entregarem poltrona. Não tive direito a nenhum voucher com bebida e cachorro quente.

São detalhes. Detalhes que gravamos na memória e que nos fazem regressar onde somos bem atendidos. Somos consumidores, mas somos também humanos.

Para que serve o dinheiro?

Com o dinheiro só se podem fazer três coisas. Há quem acredite que pode fazer muitas coisas com o dinheiro. Em abstracto a resposta é afirmativa. As finalidades que podemos dar ao dinheiro são muitas, mas essas finalidades estão relacionadas com uma das três coisas que referi inicialmente.

Portanto, e em suma, o dinheiro Ganha-se, Gasta-se e Investe-se.

A esmagadora maioria apenas sabe ganhar e gastar o dinheiro. Desta esmagadora maioria há quem seja realmente muito bom a gastar dinheiro. Poucos são os que sabem como investir. Os que dominam esta técnica, a do investimento, são aqueles que conseguem perceber o real significado do dinheiro.

Todos são consumidores. Uns resistem melhor aos apelos do consumismo, outros sucumbem a esse apelo com maior facilidade.

O bombardeamento diário a que somos sujeitos para nos libertarmos do nosso dinheiro é intenso, programado, sistemático e com um objectivo bem delineado: comprar o que não precisamos.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Posta primeira

Posta de teste - Apresentação